Núcleo de Cooperação Socioambiental Sul/Serra da Esperança tem possibilidade de convênio reconhecida pela Itaipu
- jainevergopolem
- 1 de dez.
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Por Jaine Vergopolem
O Encontro Anual dos Núcleos de Cooperação Socioambiental, foi realizado nesta última quinta-feira (26), em Foz do Iguaçu, no Paraná. O evento reuniu representantes dos 21 Núcleos que integram o programa Governança Participativa, criado por Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec, em 2024. Abrangendo 434 municípios do Paraná e do sul do Mato Grosso do Sul, o programa tem se consolidado como a principal estrutura de planejamento territorial participativo da Itaipu.
Durante o evento, a Itaipu Binacional fez uma confirmação pública sobre a possibilidade de construção de convênios e parcerias por meio dos Núcleos, reforçando que futuras iniciativas e investimentos deverão considerar essas estruturas como ponto de diálogo e pactuação territorial. A sinalização não representa assinatura de convênios, mas abre caminho para avanços e amadurecimento das propostas regionais, que já vem sendo construídas coletivamente pelos núcleos.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, destacou a importância da organização coletiva. “Quando vocês criam esses núcleos, o que vocês estão dizendo é o seguinte: é importante se organizar coletivamente”, afirmou.
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Ênio Verri, a participação da população é um diferencial no planejamento da empresa. Segundo ele, no passado as decisões passavam por um grupo de economistas e sociólogos que projetavam o que eles achavam que era o melhor para o povo. “Desde 2003, o PPA, a LDO, todo o processo de planejamento público do governo federal foi consultando o povo. E Itaipu reflete exatamente isso. O que nós fazemos com esses núcleos de cooperação é ouvir todo o nosso território, debater com o nosso território. A partir das ideias, a partir do amadurecimento do debate político é que sairão os investimentos” explicou Verri.
Agricultura familiar como eixo da proposta do Núcleo Sul/Serra da Esperança
A ECOARAUCÁRIA tem atuado há mais de 20 anos na Serra da Esperança, seja defesa de sistemas produtivos sustentáveis, incentivo à práticas tradicionais ou mobilização de agricultores familiares. Desta forma, com a ECOARAUCÁRIA proponente, a proposta do Núcleo Sul/Serra da Esperança nasce de demandas concretas do território e prioriza o fortalecimento das famílias agricultoras como caminho para o desenvolvimento regional.
A confirmação pública da Itaipu sobre a possibilidade de convênios futuros fortalece o planejamento de iniciativas relacionadas à conservação ambiental, ao manejo sustentável, à educação do campo e à agroecologia na região.
Para Bernardo Vergopolem, diretor-presidente da ECOARAUCÁRIA e agricultor familiar da Serra da Esperança, essa sinalização representa um avanço importante para quem vive do trabalho na terra: “Pra nós, que somos agricultores familiares e vivemos o território de perto, essa confirmação não é um convênio assinado, mas é uma semente lançada. Significa que a Itaipu está olhando para os territórios e reconhecendo que as propostas precisam nascer de quem está no dia a dia da produção, da água, do ar, da mata. O Núcleo existe justamente pra isso: juntar as famílias, ouvir a comunidade e organizar nossas demandas.”
Bernardo também reforça que a construção é coletiva e que a mobilização precisa continuar: “A proposta da Serra da Esperança está ligada ao jeito que produzimos, cuidamos do solo e da biodiversidade. Se houver a possibilidade de convênios passando pelos Núcleos, temos condições reais de apresentar projetos que reflitam nossa vida e nossa luta. É uma oportunidade que anima, mas que também exige trabalho duro.”




















































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